30 de janeiro de 2009
Entrevista com David Attenborough sobre Darwin e a Bíblia
Eu só discordo de uma coisa do David: o maior organismo do planeta é um fungo (Armillaria ostoyae, que cobre 900 hectares!!!) e não a baleia-azul (Balaenoptera musculus). Essa pode ser o maior animal!
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29 de janeiro de 2009
O Ocidente não deve impor a sua visão do mundo para outras culturas
Para Philippe Descola, "temos que defender a diversidade biológica e a diversidade cultural, porque, em última análise, são o mesmo." "Para viver em um mundo onde valha a pena viver", diz ele, "devemos nos surpreender por uma grande diversidade de respostas a vários desafios. Essa aspiração de se deixar surpreender é o que dá sabor à vida e que serve como um antídoto para a uniformidade e a rotina". Quando consultado sobre o que aprendeu com os índios da Amazônia, Descola não hesita: "Que cada dia amanhece para eles com total virgindade".
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23 de janeiro de 2009
Pesquisadores do Inpa levam Richard Rasmussen para conhecer a Reserva Ducke
O programa foi ao ar no último domingo (18/01/09).
Para conhecer mais guias produzidos pelo PPBio, clique aqui.
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20 de janeiro de 2009
Único fungo bioluminescente da Amazônia ocorre ao longo da rodovia BR-319
Panorama do conhecimento atual sobre evolução e diversidade
Em 2008, Dennis Desjardin e colaboradores publicaram uma revisão sobre fungos bioluminescentes, atualizando e expandindo o trabalho de Wassink de 1978 (Luminescence in fungi), que se referia principalmente a espécies asiáticas. Segundo Dennis e os demais autores, são conhecidas 64 espécies de fungos bioluminescentes no planeta, mas só uma na Amazônia (Mycena lacrimans). Isso não se deve ao fato de existir apenas uma espécie, mas porque o conhecimento sobre a diversidade de fungos é muito incipiente na região amazônica. Caboclos e ribeirinhos, acostumados a andar na floresta de noite, já repararam que muitas vezes o chão brilha. O que eles não sabem é que estas espécies relativamente comuns não estão descritas e, portanto, são desconhecidas para a ciência. Nesses 30 anos, a maior parte das novas descobertas de bioluminescência referidas por Desjardin e colaboradores, são referentes ao Brasil, principalmente para a região Sudeste. O Parque Estadual Turístico do Alto da Ribeira (PETAR, SP) é o local com o maior número de espécies de fungos bioluminescentes simpátricas do mundo, no total são 8 espécies conhecidas. A história começou com o biólogo João de Godoy que descobriu que alguns desses fungos eram conhecidos por moradores do parque em uma enorme jabuticabeira. Ele convidou Cassius Stevani (IQ-USP), especialista em bioluminescência, que posteriormente envolveu os micólogos Dennis Desjardin (SFSU, EUA) e Marina Capelari (IBt-SP).
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16 de janeiro de 2009
Entrevista com Fernando Figueiredo: como foi seu mestrado em ecologia no Inpa?
Quem planeja um projeto ambicioso, sabe que inevitavelmente expõe-se a algum risco, pois há pouco tempo para conduzi-lo dado os prazos da pós-graduação vigentes no Brasil. Muitos estudos em ecologia implicam em uma fase de campo intensa, quando o pesquisador tem a chance de coletar informações inéditas sobre algum grupo biológico e/ou área geográfica.
ULE - Quais foram os principais resultados encontrados na sua pesquisa? Fernando Figueiredo - O primeiro diz respeito ao padrão de variação de riqueza. Encontrei uma relação positiva entre riqueza de espécies e clima, ou seja, tem mais espécies de Zingiberales onde chove mais e a estação seca é menor. Esse era um padrão já esperado e encontrado também para árvores na Amazônia. No entanto, em alguns sítios o número de espécies é maior que o esperado, isso devido a alta variabilidade de fertilidade do solo presente no sítio. Como foi no caso da REBIO do Uatumã, que apresentou tanto espécies de solo pobre como também as espécies de solo um pouco mais fértil, condição encontrada apenas neste sítio. Temos aqui um caso da diversidade beta local afetando a diversidade alfa regional. No segundo objetivo tentei entender um pouco sobre os fatores que afetam a variação florística, numa resolução fina, ao nível de parcelas. A principal variação na composição de espécies esteve associada com o gradiente climático conjuntamente com o gradiente geográfico, ou seja, da Amazônia Central para a Setentrional. A fertilidade do solo teve um papel importante na mudança de composição do grupo, principalmente na REBIO do Uatumã. Observamos neste sítio uma abrupta mudança de composição de espécies associada à fertilidade do solo. Nesta região provavelmente se encontram as manchas de solo mais férteis da região central da Amazônia, derrubando o mito de que na Amazônia Central não existe solos férteis. Eles não só existem como também afetam fortemente a mudança na composição de espécies. Um fato curioso: provavelmente grande parte destas manchas de solo fértil foi alagada após a construção da represa de Balbina, uma grande catástrofe ambiental na Amazônia. Por fim, investiguei o efeito do método de análise empregado em estudos de variação florística. Os principais padrões de variação florística não foram afetados pelo método, o que é muito bom, pois os resultados não aparentam ser um artefato da análise. No entanto, ao adotar um método de ordenação não-linear consegui explicar muito mais variação nos dados comparando com a variação explicada pelos métodos clássicos de ordenação. Isso indica que talvez temos que buscar formas diferentes e não lineares de medir a diferença florística entre dois locais.
ULE - Quais os benefícios de se estudar a variação na composição florística? Fernando Figueiredo - O estudo da variação espacial da composição florística, ou diversidade beta, como é conhecida entre os ecólogos, pode nos trazer informações importantes sobre os processos que atuam nos sistemas ecológicos e, principalmente, pode nos ajudar a definir áreas estratégicas para conservação. Acho que a palavra chave aqui é variação, no sentido de se focar nas diferenças entre os locais (habitats, manchas de florestas, regiões biogeográficas, etc.) e tentar entender o que afeta a magnitude destas diferenças. Pensando em áreas estratégicas para conservação, onde um dos objetivos é tentar maximizar o número de espécies presentes nestas áreas, o estudo das diferenças de composição entre locais pode auxiliar na identificação de áreas que contém conjuntos complementares de espécies, ou seja, que maximizam o número de espécies representadas nestas áreas. Quanto maior as diferenças florísticas entre dois lugares, mais atrativos eles são para conservação. O estudo da variação florística representa também a base para a definição de tipos de vegetação, onde se espera que a variação na composição de espécies dentro do mesmo tipo vegetacional seja menor que a variação entre tipos de vegetação distintos. Na Amazônia, qualquer pessoa pode identificar que uma campina ou uma área de lavrado são bem diferentes em termos de composição de espécies de uma área de floresta de terra firme. Por outro lado, uma pessoa fazendo um sobrevôo sobre a floresta pode imaginar que ela é homogênea. No entanto, quando vamos a campo e coletamos dados percebemos que existe muita variação florística de composição dentro do mesmo tipo vegetacional, que chamamos de terra firme. Parte desta variação está associada com fertilidade do solo, topografia, clima e na Amazônia, devido a sua ampla extensão geográfica, a fatores históricos / biogeográficos.
ULE - Como você vê a contribuição do PPBio na Amazônia? Fernando Figueiredo - Muito positiva, principalmente pelo fornecimento da infra-estrutura de acesso e permanência nos sítios de coleta. Acho que o PPBio vem cumprindo bem seu papel de programa de pesquisas, permitindo que vários estudos se desenvolvam em diferentes regiões da Amazônia e que a base de dados acumulada por diferentes estudos seja utilizada. Acredito que num futuro próximo o programa deva investir em alguns aspectos como: na melhoria do acesso e disponibilidade do banco de dados, o que já vem sendo trabalhado pela equipe do PPBio; a abertura de novos sítios buscando um delineamento em grande escala espacial para responder questões biogeográficas; a inclusão de sítios de amostragem em outros ambientes, como várzea, igapó, campina; e por fim a realização de estudos em ambientes com ocupação humana, como RESEX e RDS's, e espécies de interesse econômico, buscando influenciar e direcionar políticas públicas regionais.
ULE - Você acha que o sistema de amostragem que o PPBio adotou (sistema RAPELD) é adequado para estudos em grandes escalas espaciais? Fernando Figueiredo - Acho que o RAPELD tem um bom potencial para estudos em grandes escalas espaciais. O problema de estudos desta natureza é que envolvem amplas extensões geográficas e ainda não temos uma boa cobertura de coleta. No entanto, vários projetos na região vem adotando o sistema RAPELD e acho que ao integrar estes esforços conseguiremos ter uma boa cobertura de coleta na Amazônia brasileira em pouco tempo. Com o RAPELD, é possível adotar tanto as parcelas como unidades amostrais (resolução fina), quanto o próprio transecto (resolução grossa). Pensando em plantas e pequenos organismos, os dados obtidos na resolução fina fornecem uma boa estimativa de variabilidade local. No meu caso essa variabilidade interna afetou o padrão em grande escala, ou seja, observamos um efeito da diversidade beta dentro do sítio afetando o padrão de riqueza entre os sítios. Sem este olhar mais fino não conseguiríamos encontrar este efeito.
ULE - Como foi o processo de identificação das plantas? Fernando Figueiredo - Como falei anteriormente, essa foi uma das dificuldades. No entanto, o processo de contagem e morfotipagem de todos os indivíduos dentro da parcela foi um ótimo exercício de aprendizagem de identificação e, no meu caso, o mais importante, de diferenciação das espécies. No decorrer do trabalho percebemos que ainda existem alguns nós taxonômicos por parte de alguns grupos dentro da ordem, além de alguns equívocos de identificação na literatura especializada e no material encontrado no herbário do INPA. Graças à ajuda de dois botânicos, a Dra. Helen Kennedy, canadense especialista em Marantaceae e o holandês Paul Maas, especialistas nas outras famílias da ordem, conseguimos identificar até o nível de espécie pouco mais de 2/3 do material. Este número ainda não é o desejável. Por outro lado, ele traz à tona um aspecto importante, que é a falta de conhecimento taxonômico, ou seja, conhecimento básico, que ainda temos sobre a biodiversidade amazônica. A falta de botânicos especializados na flora amazônica, principalmente profissionais brasileiros, tem contribuído fortemente com este quadro. Outra carência é a ausência de guias de campo, que permitem uma identificação mais rápida das espécies em campo, diminuindo o tempo de certas pesquisas ecológicas. Agora um fato curioso: esperávamos encontrar novas espécies principalmente nas áreas com histórico de pouco esforço de coleta, como nas áreas da BR-319 e no PARNA do Viruá. Encontramos sim uma espécie de Marantaceae provavelmente não descrita na BR-319, mas também ela foi encontrada na Reserva Ducke e na reserva do Cabo Frio, no PDBFF, dois dos sítios com os maiores esforços de coleta na Amazônia Central. Uma surpresa para nós. Ou seja, para alguns grupos é ainda necessário refinar o conhecimento mesmo para aquelas áreas onde pensamos que já estão bem estudadas.
ULE - O que poderia ser feito para melhorar as condições de fixação de jovens pesquisadores na Amazônia, principalmente os mestres recém-formados? Fernando Figueiredo - Acho que muitas pessoas gostariam de ficar e trabalhar na Amazônia, mas o que me parece que pesa nesta decisão são os problemas de infra-estrutura da cidade de Manaus (moradia, saúde, transporte, internet e serviços em geral), a distância da família e a falta de um cenário de estabilidade financeira, que se resolve com contratação efetivamente e não com bolsa, pelo menos no valor que é pago. Acho que isso já vem sendo discutido no âmbito do MCT e algumas ações vêm sendo tomadas. Recentemente foi aprovada a criação de 4 novos institutos de pesquisa no Estado do Amazonas. Isso deve aumentar o volume de contratações de pesquisadores num futuro próximo. Espero estar entre eles!
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15 de janeiro de 2009
Ecoturismo: entrevista com Helio Hintze (ESALQ) sobre a utilização do prefixo 'eco'
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11 de janeiro de 2009
Navegando e lendo: dôe livros para estimular a leitura na Amazônia
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10 de janeiro de 2009
Estimativas de biomassa no arco do desmatamento: madeira menos densa implica em menor emissão de carbono
Calcular a biomassa presente em uma floresta é fundamental para estimar a quantidade de carbono que seria emitida em caso de queimada e, consequentemente, para fazer avaliações ambientais e atribuir valor à floresta em pé. Mas, de acordo com um estudo realizado por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), as equações utilizadas para fazer esses cálculos têm distorcido os dados na região do arco do desmatamento na Floresta Amazônica, superestimando sua biomassa.
Coordenado por Philip Martin Fearnside, o trabalho foi realizado por Euler Melo Nogueira, Bruce Walker Nelson, Reinaldo Imbrozio Barbosa e Edwin Willem Hermanus Keizer. Os resultados foram publicados em setembro na revista Forest Ecology and Management. O artigo está entre os mais consultados da publicação desde então.
Os resultados mostram que a emissão de gases de efeito estufa proveniente da queima de biomassa florestal na Amazônia é bem inferior ao que se pensava. A estimativa de biomassa é feita com o auxílio de um modelo alométrico: uma equação matemática que relaciona algumas variáveis das árvores, como o diâmetro e a altura, com a biomassa. Mas essas equações, feitas com base nas características da floresta densa, não funcionam bem, segundo Fearnside, quando aplicadas à floresta aberta do arco do desmatamento – que corresponde a um terço da Amazônia e gera 80% das emissões por desmatamento.
As novas equações alométricas criadas pelos pesquisadores, mais adequadas à realidade da floresta aberta, indicam que a floresta emite anualmente 24 milhões de toneladas de carbono a menos do que se imaginava.
Agência FAPESP – O grupo do Inpa coordenado pelo senhor desenvolveu recentemente novas equações alométricas que permitem realizar estimativas mais precisas da biomassa da floresta no arco do desmatamento. O que havia de errado com as equações usadas até agora? Philip Fearnside – O problema dos cálculos feitos até agora é que eles se baseiam na extrapolação de dados obtidos exclusivamente na Amazônia central. Até hoje, todos os dados são das regiões de Manaus, Belém e de áreas de florestas densas perto do rio Amazonas. Mas no arco de desmatamento o que existe é um outro grupo de florestas, a floresta aberta.
Agência FAPESP – Trata-se de que tipo de dados? Fearnside – Dados como a densidade de madeira, forma e altura das árvores. Na falta desses dados, para calcular a biomassa no arco do desmatamento eram usadas equações com base nas áreas da Amazônia central. O inventário brasileiro sobre as emissões de carbono, por exemplo, utilizou equações que foram feitas aqui em Manaus, para florestas densas, e aplicou ao arco do desmatamento.
Agência FAPESP – E essa extrapolação dos dados induzia a erro? Fearnside – Sim, foi uma coisa que descobrimos em pesquisas anteriores: as árvores de lá são mais leves do que as da Amazônia central. A madeira é menos densa e, portanto, tem menos biomassa.
Agência FAPESP – Os cálculos feitos até agora estavam superestimados? Fearnside – Sim. O procedimento normal para as estimativas de biomassa começa ao se medir as árvores grandes de diversas parcelas de floresta. Com a equação alométrica, essas medidas são convertidas em volume de madeira. Para calcular a biomassa, multiplica-se o volume pela densidade. A partir daí se pode calcular a quantidade de carbono da floresta para estimar qual será a quantidade de emissões em caso de desmatamento. Mas, se a madeira é mais leve, com o mesmo volume de madeira temos menos biomassa e menos emissões.
Agência FAPESP – Quando se descobriu que as árvores da floresta aberta são mais leves do que as da Amazônia central? Fearnside – Em pesquisas feitas desde 1997 mostrávamos que as espécies mais leves apareciam com mais frequência no arco do desmatamento. O que descobrimos agora é que as árvores da mesma espécie também são mais leves por lá. Além disso, o teor de água na madeira é maior do que na área de floresta densa. Quando a madeira é mais leve, ela contém mais água. Então, quando se multiplicavam os valores por uma constante, para extrair o peso certo, sempre se usavam dados da área de Manaus. Além disso, observamos que as árvores de diâmetro semelhante nas duas regiões são mais curtas na área de floresta aberta. Tudo isso contribuiu para um grande exagero nas estimativas de biomassa.
Agência FAPESP – Qual foi a magnitude desse exagero? Fearnside – Cada fator desses que mencionei acrescenta uma redução de biomassa e, quando se soma tudo, a diferença é gritante. No caso do desmatamento de 2004, por exemplo, quando houve um pico de desmatamento de 27,4 mil quilômetros quadrados desmatados em um ano, a diferença de cálculo é de 24 milhões de toneladas de carbono. E é preciso lembrar que a parte mais considerável dessa devastação se deu no arco do desmatamento e, portanto, essa diferença se aplica.
Agência FAPESP – Os cálculos feitos até agora, então, estavam completamente errados? Fearnside – Sim, estavam errados. Houve um exagero considerável: 24 milhões de toneladas de carbono em um ano equivalem ao triplo das emissões na cidade de São Paulo. É impressionante. Mas temos que encarar isso como o processo contínuo, normal, do melhoramento dos números da ciência.
Agência FAPESP – A pesquisa conclui que a emissão potencial de carbono é muito menor do que se imaginava. Isso prejudica de alguma forma a argumentação contra o desmatamento? Fearnside – Ao contrário, os argumentos contra o desmatamento se fortalecem, porque os cálculos estão mais corretos. Por acaso, os valores de emissões eram mais baixos do que os previstos. Mas o importante é ter certeza se os dados são ou não confiáveis. O fato de sempre haver muita incerteza é um dos principais argumentos para não dar valor à floresta. O resultado da pesquisa joga a favor da preservação. Não tenho a menor dúvida disso.
Para ler o artigo Estimates of forest biomass in the Brazilian Amazon: New allometric equations and adjustments to biomass from wood-volume inventories, de Euler Melo Nogueira e outros, clique aqui.
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