22 de setembro de 2008

Adaptação Acústica em Anuros - Resumo

Pois é, pessoal, para aqueles que perderam a primeira reunião aqui está um resumo do assunto abordado. Até a próxima.

A Hipótese de Adaptação Acústica (HAA) postula que o ambiente é a principal força direcionadora na evolução de sinais acústicos, promovendo a fixação de cantos com características que aumentem a distância de propagação diminuindo a degradação dos mesmos. Os trabalhos realizados com aves (aproximadamente 57 publicações desde 1975, para uma revisão ver:
Boncoraglio & Saino 2007, Functional Ecology 21:134-142) são favoráveis à HAA. Por outro lado, os escassos trabalhos apresentam resultados contraditórios. Para testar a HAA em sapos, farei experimentos de playback cruzado com espécies de áreas abertas e florestas. Serão gravados 20 indivíduos de 3 espécies para cada tipo de ambiente. As espécies serão selecionadas controlando parentesco filogenético e tamanho corporal, de modo que, para cada par de ambiente (aberto x floresta) sejam considerados 3 “pares” de espécies similares na filogenia e tamanho corporal. 

Caso o canto de anúncio dos anuros esteja evoluindo baixo pressões ambientais, espera-se encontrar que: 1. o canto gravado propague melhor no seu ambiente de origem e 2. em dado ambiente o canto possua características que facilitem sua propagação como, por exemplo, freqüências altas e curta duração em áreas abertas. Para saber quais fatores influenciam as características e a propagação do canto de anúncio realizar-se-á: uma quantificação da estrutura da vegetação ao longo do trajeto do canto gravado; gravações do ambiente acústico; medições da intensidade do ruído ambiental, da altura do sítio de vocalização e da temperatura do ar.

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