23 de janeiro de 2010

Pesquisador, uma espécie rara

Para quem ainda não leu, ai vai um artigo do jornal "O Estado de São Paulo" veiculado há um tempo atrás, mas que aborda um tema extremamente atual das condições da produção científica na Amazônia brasileira.

Por Herton Escobar*

Rara e ameaçada de extinção: há apenas 1.500 doutores em atividade, metade deles perto da aposentaria

Museu de Zoologia da USP. Foto: Monalisa Lins/AE


MANAUS - Não faltam apenas soldados do Exército e fiscais do Ibama para proteger a Amazônia. Do ponto de vista científico, a floresta é também um tesouro biológico quase totalmente desguarnecido. Há mais doutores na Universidade de São Paulo (USP) que na Amazônia Legal inteira – com seus nove Estados, 23,5 milhões de habitantes, dez universidades federais, cinco estaduais, três institutos federais de pesquisa e 4,2 milhões de quilômetros quadrados de floresta recheados com a maior biodiversidade da Terra. Enquanto a USP tem 5.028 doutores, a Amazônia inteira tem apenas 3.435 – uma diferença de 32%.

“A soberania da Amazônia não é uma questão bélica, é uma questão de conhecimento”, resume o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Adalberto Luís Val. “O primeiro passo para proteger é conhecer.” Além de o número de doutores ser pequeno, metade deles está envolvida em atividades administrativas e não pesquisa em tempo integral. “Na bancada mesmo, devemos ter uns 1.500 doutores, na melhor das hipóteses”, estima Val.

Desse contingente, metade tem mais de 50 anos. Muitos estão perto de se aposentar e um bom número está defasado em relação às tecnologias mais modernas de pesquisa, como a biologia molecular. “Estamos chegando muito perto de uma situação dramática. Precisamos repor esse pessoal urgentemente, ou a capacidade da região de produzir informações sobre ela mesma será drasticamente reduzida”, afirma Val. O seu instituto, o Inpa, já perdeu cerca de 500 funcionários nos últimos 20 anos. O último concurso foi em 2002.

“Pesquisador é a espécie mais rara da Amazônia”, ironiza a ecóloga Albertina Lima, especialista em anfíbios e funcionária do Inpa há 27 anos. “E ameaçada também. Temos data marcada para desaparecer.”

O resultado aparece claramente nas estatísticas de produção científica: 70% dos trabalhos publicados sobre a Amazônia no mundo não têm um único autor com endereço brasileiro. Apesar de o Brasil ser dono de mais de 60% da Amazônia, quem produz a maior parte do conhecimento sobre ela são os estrangeiros. Só 30% dos trabalhos trazem o nome de alguma instituição nacional, e apenas 9% são assinados por algum pesquisador – brasileiro ou estrangeiro – que vive de fato na Amazônia. O restante é de pesquisadores de outros Estados que têm projetos na região, mas que não possuem vínculo direto com a Amazônia.

Isso ajuda, mas não resolve. “Estudar a Amazônia de dentro da Amazônia é uma coisa; estudá-la de fora é outra, bem diferente”, diz a pesquisadora Ima Vieira, diretora do Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém. É fundamental, dizem lideranças científicas e acadêmicas, que a região tenha seu próprio quadro de pesquisadores, formados e empregados dentro da Amazônia. Não só para estudar os bichos e as plantas da floresta, mas para entender o clima, planejar cidades, cuidar da saúde pública, modernizar a indústria, abrir negócios, tornar a agropecuária sustentável, ter idéias e criar oportunidades. “A Amazônia precisa de cérebros”, diz o professor Roberto Dall’Agnol, pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal do Pará (UFPA). “Uma população que não é capaz de gerar conhecimento nunca vai ser independente, vai ser sempre uma colônia, de uma maneira ou de outra.”

“Importar conhecimento nunca é satisfatório”, reforça o presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), o matemático Jacob Palis. Se fosse, dizem os cientistas, não precisaria existir pesquisa científica e tecnológica no Brasil – bastaria trazer tudo pronto de fora. O mesmo vale para a Amazônia: a região precisa de competência própria para se desenvolver de maneira ambiental e economicamente sustentável.

Mas o caminho é longo. A Região Norte tem o menor número de programas de mestrado e doutorado do País (93), e nenhum deles com nota máxima de qualidade (7), segundo a última avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O de melhor colocação é o de Geologia e Geoquímica da UFPA, com nota 6. A nota média da região é 3,34, a mais baixa do País.

Parte do problema é a inexperiência: a pós-graduação na Amazônia é ainda muito recente. Outra é a falta de recursos. A Amazônia abriga 12% da população e contribui com 8% do Produto Interno Bruto (PIB) do País, mas recebe apenas de 2% a 3% dos investimentos federais em ciência e tecnologia. Atrair bons professores e pesquisadores do Sul e Sudeste é difícil: a infra-estrutura é precária, há poucas vagas e os salários não são competitivos.

A maior região territorial do País é a menor em quase todos os índices do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Capes, incluindo distribuição de bolsas, cursos de pós-graduação, número de professores qualificados e participação em editais de pesquisa. A situação só começou a melhorar nos últimos anos, em grande parte com a criação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), versão local da poderosa Fapesp paulista, que deu maior competitividade ao Estado na disputa por recursos federais, além de canalizar parte da carga tributária local para investimentos em ciência e tecnologia.

Na virada de 2005 para 2006, houve uma surpresa: a Região Norte foi a única que cresceu em investimentos de fomento à pesquisa do CNPq – passou de R$ 11,6 milhões para R$ 22 milhões, um aumento proporcional de 5% para 10% do total nacional. Todas as outras perderam recursos, inclusive o Sudeste. O valor total das bolsas destinadas à região também aumentou de R$ 15 milhões para R$ 21 milhões. No total de investimentos, porém, a Amazônia ainda ocupa a última colocação.

Os recursos extras são bem-vindos, mas só resolvem o problema se houver gente capacitada para gastá-los. Mais uma vez, a formação e a qualificação dos pesquisadores é essencial. “Temos de formar gente na Amazônia, essa é a prioridade número 1”, diz o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Marco Antonio Raupp. “O instrumento básico da ciência é a cabeça. Você pode ter um laboratório sem equipamento nenhum, mas, se tiver boas cabeças trabalhando nele, alguma coisa sempre acontece. Se tiver infra-estrutura, mas sem cabeças, não acontece nada.”

Enquanto a região não consegue formar seus próprios especialistas em quantidade (e qualidade) suficiente, a solução tem sido o intercâmbio de professores e alunos com instituições do Sul e Sudeste, promovido pelo programa Acelera Amazônia, da Capes. A abertura de vagas também é essencial. A Academia Brasileira de Ciências apresentou recentemente uma proposta ao governo federal para a contratação de 2 mil a 3 mil doutores na região amazônica até 2010, com uma combinação de recursos federais e estaduais. Só a concessão de bolsas não basta, dizem os especialistas, pois não há garantia de emprego para o pesquisador. “Bolsa é uma ferramenta de formação, não de fixação”, alerta Adalberto Val. “É um paliativo.”

“O que nós queremos é uma USP na Amazônia. Será que é pedir demais?”, cobra Val, que há anos batalha pela valorização da pesquisa na região. “Se São Paulo consegue ter três instituições de grande porte (USP, Unicamp e Unesp, as três universidades estaduais), por que é que não conseguimos ter uma na Amazônia inteira? Estamos falando de metade do território brasileiro! É um desequilíbrio brutal.”

* Folha de São Paulo, 27 nov 2007

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20 de janeiro de 2010

Cartoons de Fernando Gonsales sobre as ideias de Darwin

Seguem alguns cartoons de Fernando Gonsales em comemoração dos 150 anos desde a publicação de Origem das Espécies de Charles Darwin em 1859. As tiras foram publicadas em novembro do ano passado no caderno Mais! do jornal Folha de S.Paulo.


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17 de janeiro de 2010

Grandes Expedições à Amazônia Brasileira (1500 - 1930)

O livro 'Grandes Expedições à Amazônia Brasileira', de João Meirelles Filho, resulta de uma extensa pesquisa histórica, apresentando 42 expedições para a Amazônia, desde a primeira expedição européia (por volta de 1500) até as viagens de Rondon nos anos 1930.

Muitas expedições são famosas, como as de Alexandre Rodrigues Ferreira, Alfred Russel Wallace, Karl Friedrich Philipp von Martius e Johann Baptiste von Spix, mas o livro também traz expedições menos conhecidas, como as viagens de Mário de Andrade e Euclides da Cunha à Amazônia.

Lançado no final de 2009 pela editora Metalivros, o livro destaca-se pela quantidade e diversidade de viagens, a riqueza das narrativas e os registros materiais (são cerca de 280 imagens, entre mapas, desenhos, fotografias ou coleções).

Para ver uma entrevista com o autor, clique aqui.

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11 de janeiro de 2010

PPBio lança Guia de Leguminosas Herbáceas – Grades de Savana em Roraima


O Guia das Leguminosas Herbáceas das Duas Grades de Savanas do PPBio foi originado a partir do interesse do grupo de pesquisa local (GP-CNPq / Ecologia e Manejo dos Recursos Naturais das Savanas de Roraima) em detectar a diversidade e o padrão de distribuição de plantas que habitam as áreas de savanas de Roraima. Das 32 espécies (25 nas parcelas e 7 nos arredores) identificadas por nosso grupo, não haviam novidades regionais. Entretanto, conseguimos montar um quebra-cabeça e estabelecer os padrões mínimos de ocorrência destas espécies a partir de variáveis edáficas e fitofisionômicas. Desde 1978 foram realizados apenas dois estudos que identificaram várias destas espécies localmente e, portanto, essa seria uma boa oportunidade de não só resgatar como também ampliar o nível de informações sobre este grupo taxonômico tão importante economicamente (fixador de nitrogênio, forrageiro, alimentício, farmacológico, etc). O guia nada mais é do que uma forma mais inteligente de dar visibilidade aos recursos naturais locais com o objetivo de auxiliar na formatação de políticas públicas de conservação destas áreas de vegetação aberta do extremo norte amazônico. Outra premissa de igual importância do guia é a facilitação de futuros inventários florísticos por parte de acadêmicos/professores interessados no grupo das herbáceas das savanas locais. A maioria desta clientela possui dificuldades em acessar/identificar o patrimônio genético deste grande ecossistema e, por isso, acaba apoiando ou buscando alternativas não sustentáveis para o uso de seus recursos naturais.

O Field Museum de Chicago possui uma série de guias de identificação sobre plantas e animais de vários grupos taxonômicos, principalmente para regiões tropicais. A equipe do museu estimula a publicação desses guias fotográficos visando facilitar a identificação de espécies e a difusão de conhecimento para o público, uma grande carência na região amazônica. Esses guias são gratuitos e são feitos para serem usados no campo, basta salvar o arquivo, imprimi-lo e plastificá-lo. Para saber mais, clique:
http://www.fieldmuseum.org/

Para citar o guia: Cavalcante, C.O.; Barbosa, R.I.; Flores, A.S. 2009. Leguminosas (Fabaceae) Herbáceas – Grades de Savana do Programa de Pesquisas em Biodiversidade (PPBio), Roraima, Brasil. Field Museum Guide Plants – Web Version
(http://fm2.fieldmuseum.org/plantguides/guideimages.asp?ID=392)

Para conhecer os demais guias produzidos pelo PPBio:
http://ppbio.inpa.gov.br/Port/guias/.


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4 de janeiro de 2010

Implicações da falta de relação entre características ambientais e a decomposição de madeira na Amazônia Central

A maioria dos estudos sobre a decomposição de madeira nos trópicos se limitou em analisar os efeitos da qualidade do substrato sobre a decomposição. Contudo, a influência de características ambientais sobre esse processo ainda foi pouco estudada, embora possam contribuir para o entendimento da variabilidade espacial das emissões de carbono pelas florestas tropicais.

Por José Júlio de Toledo

Na Amazônia Central, pequenas variações das características do solo e topografia foram associadas a diferenças nas taxas de decomposição da liteira fina (folhas, frutos e galhos ≤ 2,5 cm de diâmetro) e na ciclagem de nutrientes (Luizão et al. 2004, 2007). Essas variações de solo e topografia podem contribuir para aumentar a variação espacial do processo de decomposição independentemente de características intrínsecas da madeira, sendo uma fonte adicional de variabilidade nas estimativas de perda de carbono da floresta.

Pesquisadores estão interessados em determinar se a floresta amazônica está atuando como um sumidouro de carbono. Um ecossistema pode ser considerado como um sumidouro quando o ganho de carbono através da fotossíntese supera as perdas por respiração. Devido ao cenário de mudanças climáticas causado pelas atividades antrópicas emissoras de gases de efeito estufa, a identificação dos sumidouros tornou-se crucial para a compreensão e manutenção do balanço global do carbono. A identificação de um sumidouro de carbono requer estudos que determinem a quantidade de carbono absorvido e a quantidade de carbono emitido. O carbono absorvido é determinado através do crescimento da floresta, e as perdas são determinadas principalmente através da mortalidade das árvores. Subtraindo a quantidade absorvida pela perdida é possível definir se a floresta está atuando como um sumidouro ou fonte de carbono para a atmosfera.

As estimativas de ganho e perda são baseadas em dados de biomassa, que são convertidos para carbono, pois quase 50 % do peso seco de uma árvore é carbono. No entanto, quando uma árvore morre, todo carbono da madeira não é liberado prontamente para a atmosfera. A velocidade com que esse carbono é liberado dependerá da taxa de decomposição do material. Existem espécies de árvores cuja madeira se decompõe em taxas muito rápidas (ex. Cecropia) e outras que perduram várias décadas na floresta depois de mortas (ex. Manilkara, Minquartia). Estimativas precisas da quantidade de carbono que é liberado para a atmosfera, portanto, dependem de dados da taxa de decomposição da madeira, através da qual é possível determinar quanto do carbono contido na biomassa morta está sendo liberado para atmosfera ao longo do tempo.

Na Reserva Florestal Adolpho Ducke montamos um experimento para determinar se características ambientais influenciam a decomposição de madeira. Nós utilizamos madeira de quatro espécies de árvores que variam em densidade na seguinte ordem: Manilkara huberi (Maçaranduba) > Couratari guianensis (Tauari) > Hura crepitans (Assacú) > Parkia pendula (Arareira). Em 72 parcelas permanentes nós depositamos uma amostra de madeira (~ 5 x 3 x 2,5 cm) de cada espécie no ano de 2007. Um ano depois, recolhemos as amostras, ou o que restou delas, e determinamos a perda de peso seco, que foi atribuída ao processo de decomposição desempenhado pelos fungos, insetos e outros invertebrados da floresta (maiores detalhes em Toledo et al. 2009).

Amostras de madeira recém depositadas (A) e depois de um ano na floresta (B).

As parcelas na Reserva Ducke abrangem uma grande diversidade de ambientes que apresentam variações na estrutura e fertilidade do solo e topografia. Essas diferenças ambientais podem contribuir para variação do processo de decomposição ao longo da paisagem. As seguintes características ambientais medidas nas parcelas foram relacionadas com a decomposição de madeira: textura; e nutrientes no solo; biomassa arbórea; quantidade de liteira fina; altitude; e inclinação do terreno. Utilizamos a técnica conhecida como regressão múltipla para relacionarmos a percentagem de peso perdido das amostras com características ambientais. Mas, como as características ambientais descritas aqui poderiam influenciar a decomposição de madeira?

As hipóteses foram que a decomposição de madeira seria mais rápida em solos argilosos e locais com maior biomassa devido à manutenção de umidade e temperatura constantes que favoreceriam a atividade de decompositores; solos argilosos têm maior capacidade de retenção de água que os arenosos e, maior biomassa geralmente impede a penetração de grande quantidade de luz. A decomposição também seria mais rápida sobre solos mais férteis porque maior proporção de nutrientes permaneceria disponível para os decompositores iniciarem o processo de decomposição. No entanto, esperava-se que o processo de decomposição fosse mais lento em locais com maior inclinação devido à baixa umidade e fertilidade do solo nessas áreas. Também, esperava-se maior lentidão no processo de decomposição em locais com maior quantidade de liteira fina sobre o solo, um indicativo de baixa atividade de decompositores.

Os resultados foram inesperados. As características ambientais não foram relacionadas com o processo de decomposição (
Toledo et al. 2009). Provavelmente as hipóteses foram mal formuladas ou a metodologia utilizada foi falha. As opções seriam publicar somente uma nota (como sugerido) ou submeter o trabalho ao Journal of Negative Results (http://www.jnr-eeb.org/index.php/jnr). Embora muitos tenham aversão a resultados não significativos, pois geralmente têm de deixar sua hipótese alternativa de lado, a falta de relação entre as variáveis ambientais estudadas e a decomposição é uma informação importante sobre o ecossistema. A falta de relação entre a decomposição de madeira e as características ambientais indicou que pode haver uma assimetria entre a produtividade de liteira grossa (galhos e troncos > 2,5 cm de diâmetro) e a ciclagem de carbono e nutrientes na área. A produção de liteira grossa aparentemente segue um padrão inverso ao da acumulação de biomassa arbórea, pois maior mortalidade de árvores ocorre nos baixios com solos arenosos (Toledo, 2009) ao passo que maior quantidade de biomassa é encontrada nos platôs com solos argilosos (Castilho et al. 2006). Assim, áreas de baixios podem acumular maior quantidade de liteira grossa que platôs, pois o processo de decomposição de madeira não está relacionado com solos e topografia. No entanto, como a liteira não se acumula indefinidamente, as taxas de decomposição podem se igualar às taxas de produção em longo prazo. Contudo, taxas iniciais de decomposição afetam a quantidade de carbono estocado na biomassa morta. Se as condições climáticas mudarem rapidamente, como é esperado em vários modelos climáticos (ex. Marengo et al. 2008, 2009), a produção pode estar desbalanceada com o processo de decomposição em algum período. As características do solo e topografia explicam cerca de 30 % da variação da biomassa arbórea sobre o solo na Reserva Ducke (Castilho et al. 2006). Baseados nessa relação simples acreditamos inicialmente que a decomposição de madeira pudesse seguir padrões similares, permitindo uma modelagem relativamente simples do fluxo de carbono. Entretanto, os fatores que afetam a decomposição de madeira parecem ser mais complexos do que o esperado, e nossos resultados indicam que dados de solo e topografia contribuirão muito pouco na previsão da variação da decomposição de madeira em áreas similares à Reserva Ducke.

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Texto baseado no artigo
Toledo, J. J., Magnusson, W. E., Castilho, C. V., 2009. Influence of soil, topography and substrates on differences in wood decomposition between one-hectare plots in lowland tropical moist forest in Central Amazonia. Journal of Tropical Ecology, 25: 649-656.

Referências Complementares
Castilho, C. V., Magnusson, W. E., Araújo, R. N. O., Luizão, R. C. C., Luizão, F. J., Lima, A. P., Higuchi, N., 2006. Variation in aboveground tree live biomass in a Central Amazonian forest: Effects of soil and topography. Forest Ecology and Management 234, 85-96.

Luizão, R. C. C., Luizão, F. J., Paiva, R. Q., Monteiro, T. F., Sousa, L. S., Kruijt, B., 2004. Variation of carbon and nitrogen cycling processes along a topographic gradient in a Central Amazonian forest. Global Change Biology 10, 592-600.

Luizão, R. C. C., Luizão, F. J., Proctor, J., 2007. Fine root growth and nutrient release in decomposing leaf litter in three contrasting vegetation types in Central Amazonia. Plant Ecology 192, 225-236.

Marengo, J. A., Jones, R., Alves, L. M., Valverde, M. C., 2009. Future change of temperature and precipitation extremes in South America as derived from the PRECIS regional climate modeling system. International Journal of Climatology 29, Early View (Online).

Marengo, J. A., Nobre, C. A., Tomasella, J., Oyama, M. D., De Oliveira, G. S., De Oliveira, R., Camargo, H., Alves, L. M., Brown, I. F., 2008. The drought of Amazonia in 2005. Journal of Climate 21, 495-516.

Toledo, J. J., 2009. Influência do solo e topografia sobre a mortalidade de árvores e decomposição de madeira em uma floresta de terra-firme na Amazônia Central. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, Manaus, 75 p.

Veja mais no site do PPBio Amazônia Ocidental
http://ppbio.inpa.gov.br/Port


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