29 de abril de 2011

PELD Sítio 1 – Manaus lança novo site

Acesse no endereço http://peld.inpa.gov.br


O Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração (PELD) representa uma iniciativa pioneira no que diz respeito à obtenção de informações sobre aspectos fundamentais para a Conservação da Biodiversidade e Uso Sustentável dos Recursos Naturais dos ecossistemas brasileiros. Foi criado em 1996, no âmbito do Programa Integrado de Ecologia (IPE), e tem como foco o estabelecimento de sítios de pesquisa permanentes em diversos biomas e ecossistemas brasileiros, integrados em uma rede para o desenvolvimento e o acompanhamento de pesquisas ecológicas de longa duração.

O PELD é de extrema relevância para formação de recursos humanos e consolidação da pesquisa em Ecologia do Brasil, pois é um dos poucos programas que financia pesquisa de longo prazo. Ele proporciona a investigação de temas como composição, funcionamento e dinâmica de ecossistemas, e efeitos de mudanças provocadas por perturbações naturais e/ou antrópicas, que tratam de processos ecológicos chaves para o entendimento dos mecanismos e padrões que moldam a biodiversidade do planeta e seus serviços ambientais.

Em 2009 uma nova fase do PELD Brasil teve início com a aprovação pelo CNPq de 26 sítios de pesquisa, sendo 18 sítios novos e 9 sítios que já participavam da fase 1. Além disso, um único projeto foi aprovado para criação de um banco de dados para os dados gerados pelo programa.


No PELD Sítio 1: Floresta Amazônica – Manaus pesquisadores e projetos vinculados ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) atuam em parceria na investigação dos ecossistemas aquáticos e terrestres da floresta tropical úmida. A primeira fase desse projeto correspondeu ao período de 1998 - 2008 e grande parte dos resultados já está disponível no site. Desde 2009, o PELD Sítio 1 encontra-se em sua segunda fase de execução e é coordenado pela pesquisadora do INPA Flávia Costa.

O PELD Sítio 1 é um dos únicos projetos no Brasil que possui um curador de dados responsável pela sua gestão e disponibilização. Esse sítio foi escolhido pela equipe do projeto PELD Banco de Dados como piloto para implantação do sistema por ser um dos únicos que já possui dados disponíveis online.

O site do PELD sítio 1: Floresta Amazônica - Manaus foi criado com a intenção de disseminar as informações sobre o Programa, principalmente seus resultados, de modo que fiquem disponíveis para consultas online.

Esperamos sua visita: http://peld.inpa.gov.br

Qualquer dúvida ou maiores informações entre em contato com nossa equipe através do e-mail: peld.inpa@gmail.com


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25 de abril de 2011

Guia de Zingiberales dos sítios PPBio na Amazônia Ocidental brasileira

Novo guia de identificação do PPBio traz informações sobre biologia, ecologia e evolução de 67 espécies nativas da ordem Zingiberales, que inclui o arumã e várias espécies de helicônias


As florestas amazônicas abrigam grande parte dos ecossistemas florestais remanescentes no planeta, representando uma oportunidade única que a humanidade tem para conciliar conservação biológica com desenvolvimento sócio-econômico. Contudo, ao andar na mata, poucas pessoas realmente conseguem enxergar a diversidade de plantas existente, pois estas possuem diferenças menos nítidas que animais. As árvores chamam atenção por sua imponência, mas abaixo de suas frondosas copas, no sub-bosque, encontra-se uma diversidade de espécies, formas e estratégias evolutivas nem sempre óbvias para os visitantes.

Com o intuito de ampliar a percepção sobre a biodiversidade Amazônica e de incentivar estudos sobre plantas do sub-bosque, está sendo lançado o Guia de Zingiberales dos sítios PPBio na Amazônia Ocidental brasileira, produzido por Flávia R. C. Costa, Fábio Penna Espinelli e Fernando O. G. Figueiredo, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Segundo os autores, "nossa intenção com este livro é tirar as espécies do 'tapete verde' e trazê-las para os olhos de quem quiser vê-las". O guia pode ser considerado uma versão expandida do Guia de Marantáceas da Reserva Ducke e da REBIO Uatumã – Amazônia Central (lançado em 2009 em formato digital), pois inclui as outras quatro famílias nativas de Zingiberales (Heliconiaceae, Costaceae, Strelitziaceae e Zingiberaceae) e ainda inclui novos sítios de amostragem, que se estendem de Rondônia até Roraima, passando pela Amazônia Central.

Para dar uma olhada no Guia de Zingiberales, folheie as páginas abaixo ou clique neste link.

Para baixar o Guia de Zingiberales em PDF, clique aqui [12,2 MB].


Saiba mais sobre as Zingiberales
Zingiberales é um grupo de plantas que faz parte da linhagem das monocotiledôneas (milho, arroz, cana-de açúcar, capins, bromélias, palmeiras e orquídeas, por exemplo). As Zingiberales são amplamente cultivadas nas regiões tropicais de todo mundo, tanto para fins ornamentais, como as helicônias, quanto para fins alimentícios, como a banana e o gengibre (ou mangarataia, como é chamada na região amazônica). Na Amazônia destaca-se o arumã, uma espécie com grande importância econômica para muitas comunidades indígenas e ribeirinhas, pois é a principal fonte de fibras utilizadas na confecção de tapetes e cestos artesanais por grupos indígenas.


Veja algumas fotos e ilustrações que compõe o Guia de Zingiberales

A dificuldade que muitos estudantes têm em estudar ciências biológicas geralmente está relacionada ao vocabulário, que além de extenso é muitas vezes mal explicado. No Brasil, existe pouco material de consulta que sirva como uma introdução sucinta aos diferentes grupos biológicos e, ao mesmo tempo, trate de espécies que podem ser encontradas em ambientes próximos. Assim, muitos estudantes não apreciam a diversidade de vários grupos simplesmente por falta de acesso à informação. Segundo Flávia Costa, muitos de seus alunos não podiam imaginar que existissem tantas espécies de ervas na floresta, mas no momento em que as espécies ganharam nomes e suas características únicas foram destacadas, a floresta passou a ser mais povoada do que nunca.

Um grande diferencial do guia é o esforço dos autores em apresentar as informações em linguagem simplificada, evitando jargões científicos sem, contudo, perder precisão. Como é a reprodução, qual seu papel ecológico, como ocorreu a evolução do grupo, qual sua utilidade para o homem e aspectos relacionados à conservação, são alguns dos temas abordados na primeira parte do guia, permitindo que seja usado como referência em cursos básicos de botânica. A segunda parte é composta por pranchas ilustrativas de cada umas das 67 espécies nativas encontradas nas áreas de estudo, fotografadas tal como as encontramos na natureza. As pranchas são acompanhadas de descrições das principais características morfológicas, notas sobre o ambiente em que ocorrem, história natural, distribuição geográfica e dicas de campo. Ao final, o leitor terá a oportunidade de usar um glossário ilustrado que facilita a compreensão de alguns termos técnicos das estruturas das plantas e uma chave dicotômica de identificação das famílias e espécies tratadas no guia, construída preferencialmente sobre as características vegetativas das plantas.

Por que produzir guias de campo?
Existem inúmeras razões para justificar a urgente necessidade de se investir na criação de guias de campo, desde a importância econômica dos organismos até a possibilidade de levar ao público o encanto de grupos biológicos fascinantes, estimulando a curiosidade que as pessoas têm sobre a natureza. Contudo, além de atingir um público amplo, guias são importantíssimos para facilitar a identificação das espécies que ocorrem na Amazônia, contribuindo para aumentar a qualidade de trabalhos técnicos (p.ex., Estudos de Impacto Ambiental), de dissertações e teses de pós-graduação e auxiliar no manejo e extração de recursos florestais. "Reconhecer os organismos é a primeira etapa de qualquer estudo biológico", afirmam os autores.

Os ecossistemas florestais na Amazônia são compostos de milhares de espécies desconhecidas pela ciência: estima-se que existam ainda cerca de 50.000 espécies de plantas para serem descritas na região. Além dessa enorme carência no conhecimento sobre a diversidade botânica, as informações acumuladas não estão disponíveis para a maioria das pessoas, pois estão contidas em trabalhos técnicos distribuídos de forma fragmentada em bibliotecas e herbários. A identificação das espécies do guia contou com um intenso levantamento bibliográfico, pesquisa nos principais herbários da região Norte e a colaboração de especialistas no grupo. Mesmo assim, segundo José Eduardo Ribeiro, pesquisador da Universidade de Londrina (UEL), "a presença de vários táxons determinados somente até o nível genérico, por exemplo, em nada diminui a qualidade do trabalho, apenas confirma, como os próprios autores apontam, nossa grande ignorância quanto à diversidade de plantas amazônicas, além da urgente necessidade de estudos taxonômicos e amostragens mais intensas que permitam que essas espécies sejam adequadamente levantadas, delimitadas e descritas". José Eduardo assina o prefácio do livro e tem uma vasta experiência em guias de campo, pois ajudou a coordenar o guia mais importante já feito na Amazônia brasileira, a Flora da Reserva Ducke - Guia da identificação das plantas vasculares de uma floresta de terra-firme na Amazônia Central, que se tornou referência no mundo todo.

O Guia de Zingiberales é o quinto de uma série de guias de campo bilíngües (Português e Inglês) produzidos com o incentivo do Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio/MCT), sob os cuidados gráficos da Áttema Design Editorial. A série foi inaugurada pelo "Guia de Sapos da Reserva Ducke" e teve continuidade com o "Guia de Lagartos da Reserva Ducke", "Guia de Samambaias e Licófitas da REBIO Uatumã" e o "Guia de Marantáceas da Reserva Ducke e da REBIO Uatumã – Amazônia Central".

Espera-se que os guias sirvam de incentivo para trabalhos de pós-graduação, de iniciação científica e de cursos de campo, assim como estimulem a percepção da biodiversidade amazônica em turistas e alunos de escolas do ensino médio. Além de disponíveis para download no Portal PPBio (http://ppbio.inpa.gov.br/Port/guias/), versões impressas desses guias foram ou serão distribuídas gratuitamente para escolas, universidades e bibliotecas em todo Brasil.

Os autores do Guia de Zingiberales aguardam a publicação da versão impressa e por enquanto a obra estará disponível em formato eletrônico (PDF).

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