4 de julho de 2011

Reserva Biológica na Amazônia central tem ferramenta online para identificação de espécies


Uma das maiores limitações para o desenvolvimento de estudos básicos ou aplicados na Amazônia é o acesso a material de referência para identificação de espécies. Quem se aprofunda no conhecimento sobre a biodiversidade da região logo se depara com desafiadoras chaves de identificação muitas vezes incompletas e desatualizadas, além de pouco ilustradas e com de linguagem técnica.

A Chave de identificação de Samambaias do Uatumã – Amazônia Central (de Gabriela Zuquim, Hanna Tuomisto, Jefferson Prado e Flávia Costa) é uma ferramenta online para fácil identificação deste grupo de plantas. Com base no Guia de Samambaias e Licófitas da REBIO Uatumã – Amazônia Central, publicado pelos mesmo autores em 2008, a chave é um exemplo de como se beneficiar das novas tecnologias para modernizar a ciência e facilitar o acesso ao conhecimento. Ricamente ilustrada, os termos científicos podem ser facilmente compreendidos através de descrições, ilustrações e fotos.

A elaboração da chave contou com o apoio fundamental das Universidades de Helsinki (UH) e Turku (UTU), ambas na Finlândia e do Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio). Publicada somente em inglês, a chave trata de 120 espécies encontradas na grade do PPBio instalada na Rebio Uatumã e arredores. A coleta e registro fotgráfico das espécies foi realizada entre 2006 e 2008 e contou com o apoio do CNPq e do ICMBio.

Comentários, dúvidas etc podem ser feitos através do e-mail fernguide@gmail.com.


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29 de abril de 2011

PELD Sítio 1 – Manaus lança novo site

Acesse no endereço http://peld.inpa.gov.br


O Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração (PELD) representa uma iniciativa pioneira no que diz respeito à obtenção de informações sobre aspectos fundamentais para a Conservação da Biodiversidade e Uso Sustentável dos Recursos Naturais dos ecossistemas brasileiros. Foi criado em 1996, no âmbito do Programa Integrado de Ecologia (IPE), e tem como foco o estabelecimento de sítios de pesquisa permanentes em diversos biomas e ecossistemas brasileiros, integrados em uma rede para o desenvolvimento e o acompanhamento de pesquisas ecológicas de longa duração.

O PELD é de extrema relevância para formação de recursos humanos e consolidação da pesquisa em Ecologia do Brasil, pois é um dos poucos programas que financia pesquisa de longo prazo. Ele proporciona a investigação de temas como composição, funcionamento e dinâmica de ecossistemas, e efeitos de mudanças provocadas por perturbações naturais e/ou antrópicas, que tratam de processos ecológicos chaves para o entendimento dos mecanismos e padrões que moldam a biodiversidade do planeta e seus serviços ambientais.

Em 2009 uma nova fase do PELD Brasil teve início com a aprovação pelo CNPq de 26 sítios de pesquisa, sendo 18 sítios novos e 9 sítios que já participavam da fase 1. Além disso, um único projeto foi aprovado para criação de um banco de dados para os dados gerados pelo programa.


No PELD Sítio 1: Floresta Amazônica – Manaus pesquisadores e projetos vinculados ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) atuam em parceria na investigação dos ecossistemas aquáticos e terrestres da floresta tropical úmida. A primeira fase desse projeto correspondeu ao período de 1998 - 2008 e grande parte dos resultados já está disponível no site. Desde 2009, o PELD Sítio 1 encontra-se em sua segunda fase de execução e é coordenado pela pesquisadora do INPA Flávia Costa.

O PELD Sítio 1 é um dos únicos projetos no Brasil que possui um curador de dados responsável pela sua gestão e disponibilização. Esse sítio foi escolhido pela equipe do projeto PELD Banco de Dados como piloto para implantação do sistema por ser um dos únicos que já possui dados disponíveis online.

O site do PELD sítio 1: Floresta Amazônica - Manaus foi criado com a intenção de disseminar as informações sobre o Programa, principalmente seus resultados, de modo que fiquem disponíveis para consultas online.

Esperamos sua visita: http://peld.inpa.gov.br

Qualquer dúvida ou maiores informações entre em contato com nossa equipe através do e-mail: peld.inpa@gmail.com


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25 de abril de 2011

Guia de Zingiberales dos sítios PPBio na Amazônia Ocidental brasileira

Novo guia de identificação do PPBio traz informações sobre biologia, ecologia e evolução de 67 espécies nativas da ordem Zingiberales, que inclui o arumã e várias espécies de helicônias


As florestas amazônicas abrigam grande parte dos ecossistemas florestais remanescentes no planeta, representando uma oportunidade única que a humanidade tem para conciliar conservação biológica com desenvolvimento sócio-econômico. Contudo, ao andar na mata, poucas pessoas realmente conseguem enxergar a diversidade de plantas existente, pois estas possuem diferenças menos nítidas que animais. As árvores chamam atenção por sua imponência, mas abaixo de suas frondosas copas, no sub-bosque, encontra-se uma diversidade de espécies, formas e estratégias evolutivas nem sempre óbvias para os visitantes.

Com o intuito de ampliar a percepção sobre a biodiversidade Amazônica e de incentivar estudos sobre plantas do sub-bosque, está sendo lançado o Guia de Zingiberales dos sítios PPBio na Amazônia Ocidental brasileira, produzido por Flávia R. C. Costa, Fábio Penna Espinelli e Fernando O. G. Figueiredo, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Segundo os autores, "nossa intenção com este livro é tirar as espécies do 'tapete verde' e trazê-las para os olhos de quem quiser vê-las". O guia pode ser considerado uma versão expandida do Guia de Marantáceas da Reserva Ducke e da REBIO Uatumã – Amazônia Central (lançado em 2009 em formato digital), pois inclui as outras quatro famílias nativas de Zingiberales (Heliconiaceae, Costaceae, Strelitziaceae e Zingiberaceae) e ainda inclui novos sítios de amostragem, que se estendem de Rondônia até Roraima, passando pela Amazônia Central.

Para dar uma olhada no Guia de Zingiberales, folheie as páginas abaixo ou clique neste link.

Para baixar o Guia de Zingiberales em PDF, clique aqui [12,2 MB].


Saiba mais sobre as Zingiberales
Zingiberales é um grupo de plantas que faz parte da linhagem das monocotiledôneas (milho, arroz, cana-de açúcar, capins, bromélias, palmeiras e orquídeas, por exemplo). As Zingiberales são amplamente cultivadas nas regiões tropicais de todo mundo, tanto para fins ornamentais, como as helicônias, quanto para fins alimentícios, como a banana e o gengibre (ou mangarataia, como é chamada na região amazônica). Na Amazônia destaca-se o arumã, uma espécie com grande importância econômica para muitas comunidades indígenas e ribeirinhas, pois é a principal fonte de fibras utilizadas na confecção de tapetes e cestos artesanais por grupos indígenas.


Veja algumas fotos e ilustrações que compõe o Guia de Zingiberales

A dificuldade que muitos estudantes têm em estudar ciências biológicas geralmente está relacionada ao vocabulário, que além de extenso é muitas vezes mal explicado. No Brasil, existe pouco material de consulta que sirva como uma introdução sucinta aos diferentes grupos biológicos e, ao mesmo tempo, trate de espécies que podem ser encontradas em ambientes próximos. Assim, muitos estudantes não apreciam a diversidade de vários grupos simplesmente por falta de acesso à informação. Segundo Flávia Costa, muitos de seus alunos não podiam imaginar que existissem tantas espécies de ervas na floresta, mas no momento em que as espécies ganharam nomes e suas características únicas foram destacadas, a floresta passou a ser mais povoada do que nunca.

Um grande diferencial do guia é o esforço dos autores em apresentar as informações em linguagem simplificada, evitando jargões científicos sem, contudo, perder precisão. Como é a reprodução, qual seu papel ecológico, como ocorreu a evolução do grupo, qual sua utilidade para o homem e aspectos relacionados à conservação, são alguns dos temas abordados na primeira parte do guia, permitindo que seja usado como referência em cursos básicos de botânica. A segunda parte é composta por pranchas ilustrativas de cada umas das 67 espécies nativas encontradas nas áreas de estudo, fotografadas tal como as encontramos na natureza. As pranchas são acompanhadas de descrições das principais características morfológicas, notas sobre o ambiente em que ocorrem, história natural, distribuição geográfica e dicas de campo. Ao final, o leitor terá a oportunidade de usar um glossário ilustrado que facilita a compreensão de alguns termos técnicos das estruturas das plantas e uma chave dicotômica de identificação das famílias e espécies tratadas no guia, construída preferencialmente sobre as características vegetativas das plantas.

Por que produzir guias de campo?
Existem inúmeras razões para justificar a urgente necessidade de se investir na criação de guias de campo, desde a importância econômica dos organismos até a possibilidade de levar ao público o encanto de grupos biológicos fascinantes, estimulando a curiosidade que as pessoas têm sobre a natureza. Contudo, além de atingir um público amplo, guias são importantíssimos para facilitar a identificação das espécies que ocorrem na Amazônia, contribuindo para aumentar a qualidade de trabalhos técnicos (p.ex., Estudos de Impacto Ambiental), de dissertações e teses de pós-graduação e auxiliar no manejo e extração de recursos florestais. "Reconhecer os organismos é a primeira etapa de qualquer estudo biológico", afirmam os autores.

Os ecossistemas florestais na Amazônia são compostos de milhares de espécies desconhecidas pela ciência: estima-se que existam ainda cerca de 50.000 espécies de plantas para serem descritas na região. Além dessa enorme carência no conhecimento sobre a diversidade botânica, as informações acumuladas não estão disponíveis para a maioria das pessoas, pois estão contidas em trabalhos técnicos distribuídos de forma fragmentada em bibliotecas e herbários. A identificação das espécies do guia contou com um intenso levantamento bibliográfico, pesquisa nos principais herbários da região Norte e a colaboração de especialistas no grupo. Mesmo assim, segundo José Eduardo Ribeiro, pesquisador da Universidade de Londrina (UEL), "a presença de vários táxons determinados somente até o nível genérico, por exemplo, em nada diminui a qualidade do trabalho, apenas confirma, como os próprios autores apontam, nossa grande ignorância quanto à diversidade de plantas amazônicas, além da urgente necessidade de estudos taxonômicos e amostragens mais intensas que permitam que essas espécies sejam adequadamente levantadas, delimitadas e descritas". José Eduardo assina o prefácio do livro e tem uma vasta experiência em guias de campo, pois ajudou a coordenar o guia mais importante já feito na Amazônia brasileira, a Flora da Reserva Ducke - Guia da identificação das plantas vasculares de uma floresta de terra-firme na Amazônia Central, que se tornou referência no mundo todo.

O Guia de Zingiberales é o quinto de uma série de guias de campo bilíngües (Português e Inglês) produzidos com o incentivo do Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio/MCT), sob os cuidados gráficos da Áttema Design Editorial. A série foi inaugurada pelo "Guia de Sapos da Reserva Ducke" e teve continuidade com o "Guia de Lagartos da Reserva Ducke", "Guia de Samambaias e Licófitas da REBIO Uatumã" e o "Guia de Marantáceas da Reserva Ducke e da REBIO Uatumã – Amazônia Central".

Espera-se que os guias sirvam de incentivo para trabalhos de pós-graduação, de iniciação científica e de cursos de campo, assim como estimulem a percepção da biodiversidade amazônica em turistas e alunos de escolas do ensino médio. Além de disponíveis para download no Portal PPBio (http://ppbio.inpa.gov.br/Port/guias/), versões impressas desses guias foram ou serão distribuídas gratuitamente para escolas, universidades e bibliotecas em todo Brasil.

Os autores do Guia de Zingiberales aguardam a publicação da versão impressa e por enquanto a obra estará disponível em formato eletrônico (PDF).

Não deixe de conferir!


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10 de fevereiro de 2011

Clima, biodiversidade e uma perspectiva mais ampla

O clima tornou-se tão dominante no discurso sobre a política ambiental que pode parecer que é a única questão que importa. Contudo, o papel positivo da conservação da biodiversidade pode ajudar a dinamizar as ações públicas.

Por Tim Hirsch (RSA Comment, 9 fevereiro 2011)*


Pergunte a um cidadão mediano, bem informado para nomear a ameaça ambiental mais importante vigente para as sociedades humanas e é bem provável que ele diga que é a alteração climática. De fato, é comum que as pessoas usem o termo mudança climática e meio ambiente de forma intercambiável.

Já em 2005, o Millennium Ecosystem Assessment concluiu que as mudanças climáticas eram apenas um dos cinco principais fatores responsáveis pelas ameaças aos benefícios que derivam dos serviços ecossistêmicos ao planeta. Estes serviços incluem solos férteis, a purificação do ar e da água e proteção contra catástrofes como inundações e tempestades.

Enquanto o clima tende a se tornar um assunto cada vez mais dominante, a degradação que os ecossistemas testemunharam até agora resultou em grande parte de outros processos: perda e fragmentação de habitat, superexploração (especialmente o excesso de pesca), poluição e introdução de espécies exóticas invasoras.

O Terceiro Panorama da Biodiversidade Global (GBO3), publicado no ano passado, concluiu que todos esses processos eram constantes ou iam aumentar de intensidade, resultando na incapacidade de cumprir a meta de 2010 de obter significativa desaceleração da perda de biodiversidade. As consequências para o bem-estar foram enunciadas nitidamente nessa publicação, especialmente o aumento do risco de ultrapassar vários pontos de ruptura que, catastroficamente, podem reduzir a capacidade dos ecossistemas para atender às necessidades humanas.

Estas incluem a secagem rápida da floresta Amazônica, afetando lavouras de chuvas em toda a América do Sul e agravando o aquecimento global; o colapso dos recifes de corais, afetando a vida de cerca de meio bilhão de pessoas; e a "morte" de lagos devido ao acúmulo de nutrientes como fósforo e nitrogênio.

Enquanto isso possa soar como ainda mais desgraçada e triste, uma mensagem positiva se esconde dentro do GBO3 e outros relatórios recentes que enxergaram "além da mudança climática": alguns dos piores impactos das mudanças climáticas não parecem tão inevitáveis assim se nós reconhecermos toda a gama de pressões sobre os ecossistemas e coordenar uma ação agressiva para lidar com todos eles.

Proteger os ecossistemas irá tanto retirar mais carbono da atmosfera (atenuando a escala das mudanças climáticas), quanto prezar que ecossistemas mais diversificados e resilientes sejam mais capazes de se adaptar e lidar com as mudanças climáticas, já que é tarde demais para se impedir.

O exemplo mais óbvio do primeiro benefício é o valor de se evitar o desmatamento tropical, que é estimado entre 15% e 20% das emissões globais de gases de efeito estufa. No entanto, muitos outros tipos de ecossistemas desempenham um papel essencial na manutenção da retirada de carbono da atmosfera. Por exemplo, um relatório do Programa Ambiental da ONU em 2009, estima que as formações costeiras como manguezais, restingas e equivalentes capturam "carbono azul" equivalente a quase metade das emissões anuais do setor de transporte global. Essas formações também são críticas como berçários para muitas espécies pesqueiras comercialmente importantes (todos estão a desaparecer rapidamente, devido a várias formas de desenvolvimento costeiro).

A necessidade de uma abordagem coordenada é ainda mais convincente quando a biodiversidade é vista como uma espécie de apólice de seguro contra as mudanças climáticas. Independentemente de quão agressivamente nós combatamos as emissões de combustíveis fósseis, estaremos quase que certamente comprometidos com décadas de aquecimento a partir do que já foi bombeado para a atmosfera. Então, precisamos ser fatalistas sobre os impactos?

Talvez não, se reconhecermos a importância dos ecossistemas resilientes em tempos difíceis. Pegue os recifes de coral: podemos estar atrasados demais para evitar o "branqueamento" significativo proveniente do aquecimento das águas do mar e dos danos decorrentes da acidificação do oceano, resultado de maiores concentrações de dióxido de carbono na atmosfera. Contudo, se pudermos facilitar outras pressões que atacam os recifes (a sobrepesca, a poluição, deposição de sedimentos vindos da erosão do solo e assim por diante), nós podemos dar-lhes uma possibilidade de luta de sobrevivência.

Na Amazônia, as alterações climáticas são apenas parte de uma tempestade perfeita que pode empurrar o sistema além dos limites. De acordo com um estudo recente do Banco Mundial, esforços realmente sérios para reduzir o desmatamento, recuperar áreas que foram perdidas ou degradadas, e reduzir drasticamente a utilização de fogo, podem impedir o colapso do maior sistema de floresta tropical do mundo.

Este padrão pode ser visto repetidamente em uma gama de sistemas em todo o planeta, da desertificação no Sahel na África até a destruição de ecossistemas costeiros causada pelo aumento no nível do mar e pelos danos das tempestades. Focando nas múltiplas ameaças que enfrentamos, poderia dar-nos tempo até que as soluções de baixo carbono comecem a fazer a diferença na velocidade das mudanças climáticas.

A biodiversidade pode também tornar as sociedades humanas mais resistentes às mudanças climáticas . A diversidade genética de plantas selvagens e domesticadas, e também de criações, nos fornece opções para lidar com coisas como a seca e as doenças emergentes, que estarão mais propensas a atacar se permitirmos que as paisagens e os sistemas agrícolas se tornem cada vez mais uniformes e homogeneizados.

Precisamos de uma abordagem às mudanças climáticas que veja o panorama mais amplo, ao invés de usar a visão estreita focada na energia, que tende a levar a distorções e resultados perversos. Um dos exemplos mais claros tem sido o alvo para impulsionar a utilização de biocombustíveis que estimulam o desmatamento de florestas tropicais asiáticas para crescer monoculturas de dendê. Isso é desastroso para a biodiversidade e é, em última análise, auto-destrutivo para o clima, pois as emissões da perda de florestas e turfeiras podem superar quaisquer benefícios de um menor uso de petróleo em veículos.

O mesmo pode ser verdade para algumas grandes barragens construídas para a energia hidrelétrica renovável. Além da biodiversidade de água doce sob maior ameaça (com declínio mais rápido do que qualquer outro tipo), as hidrelétricas podem acabar tão prejudiciais ao clima quanto os combustíveis fósseis, devido às emissões de metano e ao desmatamento associado.

Existe aqui uma mensagem clara para o público e tomadores de decisão que possa avançar o debate sem causar mais confusão e desamparo?

Tomar medidas para salvaguardar a biodiversidade pode levar a resultados em nível local que são muito mais tangíveis para as pessoas do que fazer a sua parte para reduzir as mudanças climáticas. A restauração da vida selvagem em um lago local, o retorno de flores selvagens e borboletas em um parque urbano, são tipos de eventos que podem levar a melhorias na qualidade de vida e que podem ser vistas aqui e agora, não através de uma promessa ou imaginação do futuro.

A mensagem é que a conservação, o uso sustentável e a restauração da biodiversidade não são apenas agradáveis para seu próprio bem, mas representam um investimento essencial para a infra-estrutura natural que irá ajudar a sustentar comunidades e meios de subsistência resilientes nas próximas décadas. Envolver o público nesta visão mais ampla pode ajudar a contrapor o fatalismo que tende a tornar a luta contra as mudanças climáticas difícil e sem esperança.

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Tim Hirsch é jornalista e consultor. Ele foi consultor editorial e escritor da Millennium Ecosystem Assessment, da Convenção sobre Diversidade Biológica e do estudo The Economics of Ecosystems and Biodiversity (TEEB).


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