19 de fevereiro de 2009
Lacantunia enigmatica, de onde você veio?
18 de fevereiro de 2009
Conheça o Parque Nacional do Viruá em Roraima
O nome do parque vem do igarapé que nasce em seu interior. A área compreende uma vasta superfície praticamente plana, com predomínio de solos arenosos e mal drenados, com grande quantidade de lagoas. Na parte norte existe alguns morros com altitudes modestas, de aproximadamente 300 m. Ao longo da extensão oeste, delimitada pelo Rio Branco, há ocorrência de planícies inundáveis, situação observada também na porção sul, ao longo do Rio Anauá. O clima é quente e úmido na maior parte do ano, mas apresenta uma estação seca entre os meses de setembro a março.
A área do parque abriga espécies características de ambientes alagados, como palmeiras buriti, açaí, jauari e outras como a bacaba e o inajá que ocorrem em áreas de igapó. A fauna apresenta espécies migratórias de aves como o tuiuiú (chamado de passarão no estado de Roraima) e a águia pescadora, aves de ambientes encharcados como a garça-branca e a jaçanã, além de espécies ameaçadas de extinção, como a onça-pintada, a suçuarana e a anta.
Infra-estrutura para turismo ecológico
O Parque Nacional do Viruá conta com dois alojamentos, com capacidade para 30 pessoas instaladas confortavelmente, cozinha equipada, água encanada e energia elétrica proveniente de gerador. O acesso é feito por via fluvial, pelo Rio Branco, e por via terrestre, pela Rodovia BR-174, a 60 km ao Sul de Caracaraí, denominada de Estrada Perdida. O acesso ao Parque é muito fácil, mesmo para quem não tem carro. Para quem sai de Manaus, é só comprar uma passagem de ônibus para Caracaraí e descer na Vila Petrolina. A estrada de terra que dá acesso ao parque é transitável em qualquer época e fica a menos de 10 km da vila.
A melhor época para visitar o parque é durante o período menos chuvoso (abril a agosto) quando as áreas de vegetação aberta ficam mais secas, o que facilita o deslocamento. Como em qualquer Unidade de Conservação a natureza é quem manda, então para aqueles que têm alergias a picadas de insetos e carrapatos é bom levar os medicamentos e estar com as vacinas obrigatórias (febre amarela e tétano) em dia.
Infra-estrutura de pesquisa no Parque
O PN do Viruá abriga um dos sítios permanentes de pesquisas do Programa de Pesquisa em Biodiversidade – PPBio/MCT. O sítio de pesquisa é composto por um sistema de trilhas e acampamento de campo que facilitam o acesso e minimizam os custos de pesquisas ecológicas.
No centro da grade de coleta existe um acampamento de apoio, com capacidade para 15 pessoas, equipado com fogareiro a gás, botija, utensílios completos para cozinha, chuveiro e bomba de água movida a gasolina. O telhado do acampamento funciona como um grande funil que direciona a água da chuva para 3 caixas d’água. A bomba a gasolina só é acionada quando a água da chuva não é suficiente.
Integração com a Comunidade do entorno
Assista ao vídeo sobre o PPBio no PN do Viruá
O vídeo abaixo mostra uma pequena parte das pesquisas desenvolvidas no parque. Além de plantas (árvores e ervas), cobras, lagartos e sapos mostrados aqui, muitos outros grupos biológicos já foram estudados, como peixes, formigas, ácaros, vespas, abelhas, macacos, grandes mamíferos e aves.
- Antonio Lisboa - lisboa.ibama@gmail.com
- Beatriz Ribeiro Lisboa - belisboa@gmail.com
16 de fevereiro de 2009
Serpentes peçonhentas: a importância de conhecer os riscos para evitar acidentes
15 de fevereiro de 2009
Gaudí e a Biologia
Obras geniais da arquitetura ou engenharia podem ser um pouco entediantes aos menos entusiastas dos feitos da humanidade moderna. Eu confesso que fiquei entediada com o entra-e-sai das igrejas da região de Ouro Preto e Mariana... as cidades são lindas, mas o que eu queria mesmo era correr para uma cachoeira. Mas com Gaudí isso não acontece. Em suas obras, começam a surgir, mais ou menos óbvios, elementos da natureza.
Ao longo da história, o ser humano foi pouco a pouco se distanciando de uma vida dependente de paisagem natural. Mas o movimento contrário também acontece e entrar em uma obra de Gaudí remonta a sensação de estar mergulhando em uma floresta, no mar ou em uma savana.
Antoní Gaudí foi um arquiteto catalão que possuía uma linguagem pessoal. No início, suas obras eram góticas, bonitas, mas não foram estas que o consagraram. O que faz Gaudí estar em um blog de biólogos é sua leitura e representação da natureza.
O Templo Expiatório da Sagrada Família é a obra mais famosa. O projeto ainda inacabado não nos deixa dúvidas de que esse homem tinha uma mente ousada. A partir dos 31 anos de idade ele passou a dedicar-se exclusivamente à construção do templo e assim se passaram os seguintes 40 anos, até a sua morte por atropelamento. Nem falta de dinheiro e nem a perspectiva de nunca ver a obra pronta o fizeram menos obcecado. Gaudí gastou tudo o que tinha em um canteiro de obras que acabou tornando-se sua casa quando nem mesmo o aluguel poderia ser custeado. O templo está em construção há 126 anos, mas ainda falta muito para acabar. E então, a natureza... a fachada da paixão lembra uma gigantesca Samaúma (Ceiba petandra), árvore que se destaca nas paisagens de várzeas amazônicas por seu porte e pelas longas sapopemas (projeções do tronco que auxiliam a sustentação de uma árvore de 45 m sobre raízes superficiais e um solo mole). Por dentro da igreja, podemos nos sentir dentro de uma floresta, pois as colunas se ramificam como troncos de árvores. A textura do teto imita o dossel, o teto da floresta formado pelas folhas e ramos das árvores.
Da floresta para o mar, a Casa Batlló. A casa foi reformada por Gaudí entre 1904 e 1906, e é o auge da expressão de sua fase naturalista. Com liberdade total de estilo, muita criatividade alimentada pela diversidade de formas vivas que agradecemos todos os dias a seleção natural, e um bom dinheiro da família Batlló, Gaudí criou o que é, em minha opinião, a mais desconcertante obra. Um sentimento de alegria brota ao entrar, não muito diferente de entrar no mar, num dia de calor. O elemento água está sempre presente. Os exemplos são infindáveis. O olhar dele sobre a natureza e a profunda compreensão do significado que as formas dela têm sobre o ser humano é o toque de gênio que existe devido à sensibilidade de Gaudí.
O Parque Güell, foi construído originalmente para ser um condomínio fechado de milionários, mas não chegou a tal objetivo por falta de dinheiro para a continuidade da obra. Gaudí não era apenas sensitivo e amante das formas da natureza, ele era um pesquisador aficionado pela fauna e flora. Estudando anatomia, entrou em contato com as obras do naturalista alemão Ernst Haeckel. Seus desenhos contribuíram com certo rigor científico nas obras de Gaudí e um enorme nível de detalhamento de formas da natureza. Tudo filtrado pelo olhar de Gaudí e expresso em mosaicos magníficos.
Surpreendente mesmo foi o encontro com uma pomba-gaudí! Uma inegável evidência de que Lamark estava certo (aos desavisados, isso foi apenas uma licença poética!). Moradora fiel e predadora de pipocas Gaudianas, acabou desenvolvendo uma penagem colorida para se camuflar nos mosaicos do seu habitat natural. Se couber um parênteses ao ceticismo de pesquisadora, visitar as obras do Gaudí foi uma experiência espiritual. Há magia em toda parte. E a natureza é o pano de fundo.
Talvez tenham faltado informações básicas sobre a bibliografia do Gaudí. Mas a verdade é que seu legado é atemporal e a expressão do sentimento de busca pelo natural presente em suas obras é universal. Fatos são apenas fatos.
14 de fevereiro de 2009
As florestas da Amazônia funcionam como fontes ou drenos de carbono?
Para onde estão direcionados os esforços na Amazônia brasileira?
12 de fevereiro de 2009
Entrevista com Dilma Rousseff sobre as hidrelétricas na Amazônia
9 de fevereiro de 2009
Guia de Marantáceas da Reserva Ducke e da REBIO Uatumã – Amazônia Central
Com o intuito de ampliar a percepção da diversidade e de incentivar estudos sobre plantas do sub-bosque, está sendo lançado o Guia de Marantáceas da Reserva Ducke e da REBIO Uatumã – Amazônia Central, produzido por Flávia R. C. Costa, Fábio Penna Espinelli e Fernando O. G. Figueiredo, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Segundo os autores, “nossa intenção com este livro é tirar as espécies do 'tapete verde' e trazê-las para os olhos de quem quiser vê-las.” O guia trata da família Marantaceae, que inclui espécies herbáceas importantes para a economia amazônica, como o arumã, cujas fibras são utilizadas na confecção de tapetes e cestos artesanais por grupos indígenas, além de várias espécies ornamentais.
Para baixar o Guia de Marantáceas em PDF, clique aqui [31,7 MB].
Para manejar a extração de recursos florestais de forma não predatória é necessário entender o funcionamento dos ecossistemas, o que exige um conhecimento básico de quais são as espécies de plantas que ocorrem na região. Os ecossistemas florestais na Amazônia são compostos de milhares de espécies desconhecidas pela ciência: estima-se que existam ainda cerca de 50.000 espécies de plantas para serem descritas na região. Além dessa enorme carência no conhecimento sobre a diversidade botânica, as informações acumuladas não estão disponíveis para a maioria das pessoas, pois estão contidas em trabalhos técnicos distribuídos de forma fragmentada em bibliotecas e herbários.
5 de fevereiro de 2009
Sem palavras...
Governo federal estuda licenciamento político para obras na Amazônia
http://www.amazonia.org.br/noticias/noticia.cfm?id=299892
Que idéia de girico é essa? Por que não exigir dinheiro suficiente das construtoras para realizar estudos de impacto ambiental mais completos, mais eficientes e mais rápidos? Não seria essa uma posição mais inteligente do que pressionar os órgãos licenciadores a emitir pareceres instantâneos. Como avaliar rapidamente se nem sequer conhecemos os componentes das paisagens sujeitas aos impactos das obras? Ação estratégica necessita visão estratégica. Obra de infraestrutura tem sido a porta de entrada para o fim do patrimônio natural, luta pela terra e concentração de renda. Temos a oportunidade de fazer diferente; para que fazer mais do mesmo? Na boa, não precisava ter ido buscar esse cara em Harvard (?), qualquer amigo da Camargo Correa e afins faria o mesmo (e ainda seria mais fácil de entender seu português).
1 de fevereiro de 2009
Journal of Threatened Taxa: novo periódico sobre conservação e taxonomia
O Eco: Do presidente para Roraima, com carinho
Apesar do decreto publicado nessa quinta (29) excluir unidades de conservação instituídas ou em criação, além de outras áreas, e determinar que as terras transferidas “deverão ser preferencialmente utilizadas em atividades de conservação ambiental e desenvolvimento sustentável, de assentamento, colonização e de regularização fundiária”, movimentos governistas na área ambiental sempre merecem um pouco de atenção. Afinal, Roraima tem agora uma nova porção de Amazônia para usar...