23 de julho de 2009

Aranha gigante da Amazônia vira 'pop star' em exposição no AM

Caranguejeira tem 20 cm de diâmetro, mas pode chegar a 30 cm.
Veja fotos de alguns aracnídeos comuns na região.


Por Iberê Thenório [Globo Amazônia, 20/07/09]

Uma aranha caranguejeira de cerca de 20 cm de diâmetro foi uma das grandes atrações da feira de ciência e tecnologia montada durante a reunião da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), em Manaus, na última semana.

O animal, que estava exposto no estande do Inpa (Instituto de Pesquisas da Amazônia) junto a outros aracnídeos amazônicos, era uma espécie da família dos terafosídeos, e pode chegar a até 30 cm de tamanho.

Caranguejeira da família dos terafosídeos pode chegar a 30 cm de diâmetro. Inofensiva ao ser humano, alimenta-se de pequenos animais, como ratos e sapos. Ela pode viver até 15 anos e passar seis meses sem se alimentar. Quando assustada, levanta as patas dianteiras e solta pelos irritantes. (Foto: Iberê Thenório/Globo Amazônia)

Segundo o responsável pela exposição, Thierry Gasnier, a caranguejeira é praticamente inofensiva aos humanos. “Quando está assustada, ela se arma e solta pelos irritantes”, conta o biólogo, que é professor da Universidade Federal da Amazônia (Ufam).

Além da aranha gigante, Gasnier mostrou em Manaus mais seis espécies de aracnídeos. Segundo o cientista, é importante estudar esses animais, pois muitos deles são perigosos e é necessário saber como agir em caso de acidentes.

“Elas também produzem substâncias que podem ter aproveitamento econômico. Há pesquisas para retirar antibióticos da aranha armadeira, por exemplo. Os venenos têm um potencial enorme para produzir remédios”, conta.

Veja abaixo os aracnídeos amazônicos expostos pelo Inpa em Manaus:

Esta outra espécie de caranguejeira, do gênero aviculária, cresce muito mais do que o exemplar da foto. Ela se alimenta de filhotes de pássaros. Assim como a sua ‘prima’ da família dos terafosídeos, é inofensiva. ‘Poderia ser um bicho de estimação’, diz o biólogo Thierry Gasnier. (Foto: Iberê Thenório/Globo Amazônia)

A aranha-pescadora come peixes e outros animais aquáticos, como girinos e pererecas. Ela habita locais úmidos, como várzeas e matas de igapó (florestas de terrenos alagadiços). (Foto: Iberê Thenório/Globo Amazônia)

A armadeira, também conhecida como aranha-macaca, é a única aranha realmente perigosa da exposição do Inpa. Uma picada dela pode matar uma criança ou uma pessoa que tenha alergia ao veneno. ‘De forma geral, ela evita contato’, afirma o biólogo Thierry Gasnier. (Foto: Iberê Thenório/Globo Amazônia)

As aranhas sociais são da mesma família que a viúva-negra, mas não são perigosas para o ser humano. Elas formam uma teia que parece uma nuvem. Quando um inseto cai na armadilha, atacam em grupo. (Foto: Iberê Thenório/Globo Amazônia)

O Amblypygi, apesar de ser um aracnídeo, não pertence à ordem das aranhas. Assim como os caranguejos, ele tem palpos para capturar presas. Seu primeiro par de pernas são usados como antenas. (Foto: Iberê Thenório)

O opilião também não é aranha. Inofensivo, se alimenta de bichos muito pequenos, quase invisíveis a olho nu. Ele é um dos poucos animais que consegue habitar cavernas. (Foto: Iberê Thenório/Globo Amazônia)


Organizadores:
Thierry Gasnier (UFAM) e Ana Lúcia Tourinho (INPA)

Equipe:
Erika Portela - Coleções Zoológicas INPA, bolsista PCI
Lidianne Salvatierra Paz Trigueiro - Entomologia INPA, aluna de mestrado
Rafaela Soares Espíriro Santo - Coleções Zoológicas INPA, estágio voluntário

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