É como uma pirâmide de 3 níveis. No ápice está a instituição de pesquisa, que com toda sua estrutura, direciona esforços para que o segundo nível, pesquisadores, sejam os mais produtíveis possível. Estes muitas vezes não têm a capacidade de coletar tanta informação quanto as suas publicações exigem. Assim, precisam da base da pirâmide, máquinas, trabalhadores, estudantes ou qualquer coisa que o valha. O resultado deste processo é uma publicação, coletado por alguém que muitas vezes não sabe o que esta fazendo, escrito por alguém que não coletou os resultados, para alguém que possivelmente fará mesmo. Quanto mais rápido esse processo ocorre, mais você cresce na carreira acadêmica, melhor é o seu currículo. Assusta-me saber que um pesquisador com alta produtividade e, portanto, muito bem inseridos no mercado científico, é aquele que apresentam grande habilidade em escrever cientificamente correto e não exatamente um excelente pesquisador.
Nós, cientistas, temos que retribuir o investimento que nos foi postado para fazer pesquisa. Adoro escrever o que descobri. Por incrível que pareça, quando tenho um produto final e recebo críticas, fico extremamente satisfeito. A cada comentário aprendo um pouco mais. Devemos divulgar nosso trabalho sim. É dever nosso como cientista transmitir o conhecimento adquirido. Publicação é uma ferramenta importante, poderosa, promove o avanço da ciência. No entanto, me decepciona como nosso meio de comunicação está sendo mal usado, da forma com que o objetivo principal de comunicar o conhecimento científico esta sendo substituído pelo mercado científico. Se o editor “Saci” aceitar este meu manuscrito, vou inseri-lo no meu currículo, quem sabe eu consigo grana da FAPEAM e aumente a minha chance de entrar no doutorado.
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