2 de dezembro de 2008

Mini-oficina com o pesquisador José Alexandre Diniz Filho (UFG)

Aproveitando uma breve passagem por Manaus, o Dr. José Alexandre Diniz Filho foi convidado por William Magnusson para discutir com alunos e pesquisadores do Inpa temas relacionados à ecologia espacial.

O pesquisador José Alexandre Diniz Filho (foto), da Universidade Federal de Goiás (UFG), esteve em Manaus e se reuniu no dia 22 de novembro com pesquisadores e estudantes do PPBio para discutir problemas espaciais na análise de dados ecológicos. José Alexandre participou de um bate papo sobre alguns projetos em andamento na Amazônia dentro do escopo dos programas GEOMA (Rede Temática de Pesquisa em Modelagem Ambiental da Amazônia) e PPBio (Programa de Pesquisa em Biodiversidade), indicando possíveis direções científicas a serem tomadas.

Nesta "mini-oficina", ele falou rapidamente sobre o problema de
autocorrelação espacial em ecologia, explicando como dados autocorrelacionados podem gerar modelos e conclusões precipitadas, possivelmente errôneas. Após apontar os principais problemas, ele fez uma rápida discussão sobre os principais métodos utilizados para tratar a autocorrelação espacial.

Os métodos mais discutidos foram os "
filtros espaciais" e os "modelos autorregressivos simultâneos". Os filtros espaciais são gerados a partir de uma matriz de conectividade, da qual se extrai os autovetores que são usados como filtros espaciais. Já os modelos autorregressivos adicionam no modelo um termo autorregressivo que é capaz de capturar o efeito espacial. Em ambos métodos a questão que mais gera duvidas é em que parte do modelo a parte espacial da análise irá atuar.

O Dr. Diniz Filho mostrou que existem basicamente 3 formas de inserir o espaço no modelo. A primeira forma visa remover a autocorrelação na variável resposta, contudo o espaço começa a se confundir com o ambiente. Uma segunda forma é inserir o espaço tanto na variável resposta quanto na variável preditora (ambiental). Por fim, a terceira forma visa atuar diretamente nos resíduos do modelo não espacial, diminuindo a interferência do espaço no componente ambiental.

Existe um grande
problema conceitual e estatístico nas análises ecológicas e, para um bom entendimento dos processos ecológicos que geram a distribuição de espécies, é preciso saber como separar efeitos ambientais dos efeitos espaciais. A visita do Dr. Diniz Filho foi importante porque proporcionou uma orientação conceitual sobre os projetos dos alunos do Inpa, favorecendo intercâmbio de experiências entre pesquisadores locais e um dos grupos mais expressivos em Macroecologia no Brasil.

Para conhecer mais sobre o grupo de trabalho do pesquisador José Alexandre Diniz Filho, visite:
http://www.ecoevol.ufg.br/laboratorios/lets/

Publicado originalmente no Portal PPBio.

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